Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Rimonabanto para o tratamento de adultos obesos e com sobrepeso: Guideline (Protocolo, linhas guias de atuação)

National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE). Rimonabant for the treatment of overweight and obese adults. London (UK): National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE); 2008 Jun:30. National Guideline Clearinghouse.


O Rimonabanto é um antagonista seletivo do receptor canabinóide tipo 1 (CB1), parte do sistema endocanabinoide que apresenta importante ação na regulação do apetite. Estudos publicados nos últimos anos têm demonstrado que o rimonabanto é efetivo na perda de peso e na melhora dos parâmetros metabólicos, incluindo a redução da gordura visceral (abdominal).

Esse é um guia de recomendações sobre o uso do rimonabanto do Instituto Nacional para Saúde e Excelência Clinica do Reino Unido:

- O rimonabanto (Acomplia®) é recomendado como um possível tratamento para adultos obesos (Índice de Massa Corpórea – IMC – igual ou superior a 30) ou com sobrepeso (IMC igual ou superior a 27) e que tenham fatores de risco, tais como diabetes do tipo II ou altos níveis de colesterol. Esse produto deveria ser usado junto com uma dieta de controle calórico e atividade física em indivíduos que já tenham tentado outros medicamentos auxiliares na perda de peso, como o orlistat (Xenical®) e sibutramina(Reductil®) (dois indutores de perda de peso atualmente em uso, relativamente seguros), mas que ou não suportaram seus efeitos colaterais ou não obtiveram o efeito pretendido.

- O tratamento com Rimonabanto deveria ser mantido por mais de 6 meses somente naqueles indivíduos que tiveram uma perda de peso no mínimo de 5% em relação ao seu peso inicial, quando do início do tratamento.

- O tratamento com Rimonabanto deveria ser descontinuado se o indivíduo retorna ao seu peso original enquanto sob tratamento com o rimonabanto.

- O tratamento com rimonabanto não deveria ser continuado por mais de 2 anos sem uma avaliação clínica formal e discussão dos riscos e benefícios individuais com o indivíduo recebendo tratamento.

O rimonabando é um bloqueador dos receptores canabinóides e em estudos clínicos mostrou efeitos favoráveis não somente na perda de peso, mas também sobre a glicemia em jejum, colesterol HDL(elevação do bom colesterol) e triglicérides. Os receptores do sistema endocanabinóide localizados no cérebro são os mesmo que acoplam a maconha, provocando o desejo de comer e beber muito; ao bloquear esses receptores o medicamento bloqueia um dos sistemas provocadores da fome, fazendo com que os pacientes percam em torno de 5% a 10% do seu peso. Entretanto, esses mesmos receptores modulam parte dos distúrbios relacionados com depressão, fobias, ansiedade e stress pós-traumático. Estudos clínicos conduzidos em países onde o medicamento foi comercializado, incluindo alguns Europeus, mostraram que dobrou o risco de problemas relacionados com ansiedade, depressão, agressão e psicose, além de suicídios eventuais.

Portanto, atenção redobrada nos casos em que já exista distúrbio prévio de ansiedade e/ou depressão e acompanhamento médico freqüente durante o uso dessa nova medicação.


sexta-feira, 15 de junho de 2007

Rejeição de novo medicamento para tratamento da obesidade e síndrome metabólica – FDA – 14 de Junho de 2007.

O conselho consultivo do FDA rejeitou hoje o rimonabando (Acomplia®), em votação unânime, para sua comercialização nos EUA. Essa medicação, disponível em 37 Países (dentre os quais o Brasil, aprovou o Acomplia® em 30/04/2007), foi rejeitada em função das preocupações acerca de efeitos adversos neurológicos e psiquiátricos, incluindo aumento do risco de suicídio.

O rimonabando é um bloqueador dos receptores canabinóides e em estudos clínicos mostrou efeitos favoráveis não somente na perda de peso, mas também sobre a glicemia em jejum, colesterol HDL e triglicérides.

Os receptores do sistema endocanabinóide localizados no cérebro são os mesmo que acoplam a maconha, provocando o desejo de comer e beber muito; ao bloquear esses receptores o medicamento bloqueia um dos sistemas provocadores da fome, fazendo com que os pacientes percam em torno de 5% do seu peso. Entretanto, esses mesmos receptores modulam parte dos distúrbios relacionados com depressão, fobias, ansiedade e stress pós-traumático. Estudos clínicos conduzidos em países onde o medicamento foi comercializado, incluindo alguns Europeus, mostraram que dobrou o risco de problemas relacionados com ansiedade, depressão, agressão e psicose, além de suicídios eventuais.

A ANVISA aprovou o medicamento para o Brasil conhecendo esses dados e sabendo da sua pouca eficácia (5% do peso corporal) e sem aguardar a manifestação do conselho do FDA (que ocorreu 45 dias depois da sua aprovação), PORQUE?

Quais dados, pesquisas e estudos clínicos basearam-se os especialistas da ANVISA para liberar a comercialização desse medicamento no Brasil, 45 dias antes da rejeição pelo FDA? Qual será a posição da ANVISA a partir de agora? Temos verdadeiramente um sistema de farmacovigilância e de controle sobre os medicamentos em nosso país ou eles também fazem parte dos propinodutos? Essa é apenas uma pergunta... comentem!