Primum non nocere
Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia: "Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.
sábado, 23 de agosto de 2008
Apolipoproteínas podem ser marcadores mais importantes do que colesterol LDL e HDL.
As apolipoproteínas B (Apo B) e A1 (Apo A1) são as maiores constituintes do colesterol LDL e HDL, respectivamente. Embora a maioria dos guidelines recomenda avaliação do risco cardiovascular baseado nos níveis de colesterol LDL e HDL, vários estudos tem mostrado que Apo B é um melhor preditolr de doença cardiovascular do que o colesterol LDL.
Resultados desse estudo, o INTERHEART, mostrou que o mais importante preditor de doença cardiovascular foi a relação ApoB/Apo A1 com uma taxa de risco de 54%, comparados com risco de 37% para LDL/HDL e 32% para colesterol total/HDL.
Portanto, deveríamos incluir na avaliação/estratificação de risco cardiovascular o índice ApoB / Apo A, enquanto aguardamos resultados de estudos mostrando que o controle desse parâmetros reduz a mortalidade/morbidade cardiovascular.
quarta-feira, 28 de março de 2007
Lipoproteína de alta densidade e o risco de tromboembolismo venoso recorrente
Eichinger S, Pecheniuk NM , Griffin JH et al. High-Density Lipoprotein and the Risk of Recurrent Venous Thromboembolism. Circulation. March 27, 2007;115(12):1609-1614.
Conhecimento prévio ao estudo: A lipoproteína de alta densidade (HDL) protege contra aterotrombose arterial, mas não é sabido se ela protege contra tromboembolismo recorrente venoso.
Objetivo do estudo: Avaliar o relacionamento entre os parâmetros das lipoproteínas plasmáticas e a recorrência de tromboembolismo venoso.
Metodologia: Estudo clínico prospectivo, longitudinal, de uma coorte de 772 pacientes que sofreram um primeiro episódio de tromboembolismo venoso espontâneo. Eles foram seguidos por um tempo médio de 48 meses até a ocorrência do desfecho principal, um tromboembolismo venoso sintomático recorrente, evento que ocorreu em 100 dos 772 pacientes (13%). Apolipoproteínas A1 e B foram dosadas por imunoensaio em todos os indivíduos.
Resumo dos resultados: Comparados com aqueles sem recorrência, os pacientes com recorrência tiveram menores níveis médios (±DP) apolipoproteína A1 (1,12±0,22 versus 1,23±0,27 mg/mL, P<0,001) mas similares níveis de apolipoproteína B. O risco relativo da recorrência foi de 0,87 (95% IC,
Conhecimento adquirido com o estudo: Pacientes com altos níveis de apolipoproteína A1 e HDL colesterol têm um risco reduzido de recorrência de tromboembolismo venoso.
Força de evidência: (A)* - Estudo clínico prospectivo, longitudinal, de coortes, de boa qualidade técnica. Longo tempo de seguimento com mínima perda de follow-up. Análise dos dados e tratamento estatísticos adequados e de boa qualidade. Excelente aplicabilidade clínica.
Os autores principais são membros do Department of Internal Medicine I, Medical University of Vienna,