Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vacina contra hepatite por vírus A versus imunoglobulina para profilaxia pós-exposição

O que é melhor? Fazer a vacina indistintamente na população contra hepatite por vírus A ou administrar imunoglobulina (anticorpos) para evitar a eclosão da hepatite naquelas pessoas que potencialmente tenham se contaminado com o vírus A?

Esse estudo comparou a vacinação contra hepatite por vírus A e imunoglobulina administrada até 14 dias depois da exposição ao vírus. Participaram do estudo 1.090 indivíduos suscetíveis à hepatite por vírus A, os quais foram randomizados para uma das duas técnicas.

Os resultados mostraram que as baixas taxas de hepatite A em ambos os grupos indicaram que ambas as técnicas fornecem boa proteção; entretanto ocorreu uma ligeira maior taxa de hepatites A entre os indivíduos que receberam a vacina (25 versus 17). Limitações do estudo, como certo monitoramento dos indivíduos que esperavam a imunoglobulina caso se contaminassem podem forçar um viés fora da realidade; já que muitas vezes escapa do indivíduo comum de buscar recurso caso tenha entrado em contato com um doente com hepatite A. Por outro lado, a vacina tem um longo tempo de proteção – situação que não foi avaliada aqui e representa uma alternativa razoável para a profilaxia com imunoglobulina em várias situações particulares.

domingo, 21 de outubro de 2007

O tratamento com CPAP em pacientes com apnéia obstrutiva do sono melhora os parâmetros relacionados com aterosclerose.

Excelente estudo conduzido pelos investigadores do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da USP mostrando que o tratamento com pressão positiva contínua na via aérea (CPAP) em pacientes com apnéia obstrutiva do sono (AOS) por um período de 4 meses modificou parâmetros precoces relacionados com aterosclerose (espessura da média-íntima das carótidas, velocidade da onda de pulso, proteína C reativa e nível das catecolaminas – adrenalina / noradrenalina). Esses resultados indicam que, conforme já demonstrado em outros estudos, a AOS é um fator de risco independente para aterosclerose e, pela primeira vez, ficou demonstrado que o seu efetivo tratamento reduz marcadores precoces de aterosclerose.