Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pílulas de Alertas®

Aborto induzido por medicamentos não é associado com efeitos adversos nas gestações posteriores.

Estudo de acompanhamento dos registros de saúde, conduzido na Dinamarca, focado no método de abortamento prévio e os resultados das gestações subseqüentes, em uma coorte de 12.000 mulheres. Os resultados mostraram que gestações ectópicas, abortamento espontâneo, nascimento prematuro ou com baixo peso ao nascer não foram mais freqüentes entre as mulheres que se submeteram ao abortamento induzido por medicação comparada com o abortamento cirúrgico.

Portanto, com respeito ao risco de evolução adversa nas gestações seguintes, o aborto induzido por medicação é no mínimo tão seguro quanto o abortamento cirúrgico.

In NEJM. August 16, 2007; 7(357)648-653.



Idosos fumantes têm risco aumentado de demência e declínio cognitivo.

Estudo Australiano avaliando a associação de tabagismo com demência e declínio cognitivo em uma meta-análise de 19 estudos prospectivos com pelo menos 12 meses de seguimento. Os estudos incluíram um total de 26.374 participantes seguidos para demência por 2 a 30 anos e 17.023 participantes seguidos por 2 a 7 anos para avaliação do declínio cognitivo. A idade média global foi de 74 anos.

Indivíduos fumantes no início do estudo, comparados com não fumantes (nunca), tiveram riscos de 1,79 para doença de Alzheimer incidente, 1,78 para demência vascular incidente e 1,27 para qualquer demência. Os indivíduos fumantes também mostraram maior declínio cognitivo no escore do Mini-Mental State Examination ao longo de período de seguimento. Comparados com fumantes prévios, os fumantes correntes no início do estudo mostraram um aumentado risco para demência de Alzheimer (risco relativo: 1,70) e um aumentado declínio nas habilidades cognitivas, mas os grupos não diferiram com respeito aos riscos de demência vascular ou qualquer demência.

In American Journal of Epidemiology. September 1, 2007. 166(5):367-378.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Alertas do FDA

Ceftriaxone sódico injetável (Rocefin®) – FDA – Julho de 2007 – O FDA e a Roche informaram os profissionais da saúde de revisões nas informações para prescrição do Rocefin® injetável. As revisões são baseadas em novas informações que descrevem o risco potencial associado com o uso concomitante de Rocefin® com cálcio ou produtos ou soluções contendo cálcio. Casos de reações fatais com precipitação do complexo cálcio-ceftriaxone nos pulmões e rins em ambos, neonatos prematuros e a termo foram relatados. Bebês neonatos com hiperbilirubinemia, especialmente prematuros, não deveriam ser tratados com Rocefin®. A medicação não dever ser misturada ou administrada simultaneamente com produtos ou soluções contendo cálcio, mesmo em vias de infusão diferentes. Adicionalmente, soluções ou produtos contendo cálcio não deveriam ser administrados dentro de 48hs da última administração de ceftriaxone. In http://www.fda.gov/medwatch/safety/2007/safety07.htm#Rocephin

Omeprazol (várias marcas, inclusive genérico), esomeprazol (Nexium®) 09 de Agosto de 2007 – O FDA publicou uma comunicação inicial acerca da revisão em andamento de novos dados de segurança dos inibidores da bomba de prótons, omeprazol e esomeprazol. Esses dados são de dois estudos clínicos de longa duração em pacientes com doença do refluxo gastresofágico severa. Em ambos os estudos, os pacientes foram randomicamente separados para receberem tratamento com medicação (omeprazol ou esomeprazol) ou submetidos à cirurgia para controlar sua doença do refluxo.

Os resultados desses estudos (com Prilosec® e com Nexium®) levantaram uma preocupação que o uso por longo prazo desses medicamentos poderia aumentar o risco de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e morte súbita relacionada ao coração em pacientes usando um desses medicamentos e comparados com os pacientes submetidos à cirurgia. Após revisão desses e de outros dados fornecidos pela indústria, o FDA concluiu preliminarmente que esses dados, tomados coletivamente, não sugerem um risco aumentado de problemas cardíacos para pacientes tratados com omeprazol ou esomeprazol. Os profissionais da saúde não deveriam modificar suas práticas de prescrição e os pacientes não deveriam mudar a maneira como usam esses produtos. In http://www.fda.gov/medwatch/safety/2007/safety07.htm#Omeprazole