Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Dieta tipo Mediterrâneo associada a um menor risco para doença crônica e morte

Sofi F et al. Adherence to Mediterranean diet and health status: meta-analysis. BMJ 2008;337:a1344, doi: 10.1136/bmj.a1344 (Published 11 September 2008)

Esse estudo é uma meta-análise (verificação e análise dos dados de vários ensaios clínicos sobre um mesmo tema) de 12 ensaios clínicos populacionais prospectivos com 1,6 milhões de indivíduos com um tempo de seguimento de 3 a 18 anos. Os pesquisadores verificaram que um aumento de dois pontos na aderência a uma dieta tipo Mediterrâneo (em uma escala de 9 pontos) foi associada com um risco significativamente reduzido para mortalidade de todas as causas; morte por doença cardiovascular; incidência de ou morte por câncer; e incidência de doença de Alzheimer ou Parkinson.

Uma dieta tipo Mediterrâneo inclui alta taxa de ingesta de vegetais, frutas, legumes, cereais e peixe associado ao consumo moderado de vinho tinto com as refeições.

Os pesquisadores consideram esses achados particularmente relevantes para encorajar a adoção de um padrão dietético do tipo Mediterrâneo na prevenção primária das principais doenças crônicas.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

57th Annual Scientific Sessions of the American College of Cardiology

Apresentação de vários ensaios clínicos no Encontro Anual do Colégio Americano de Cardiologia em Chicago IL de 30 de Março a 02 de Abril de 2008, incluindo os ensaios ONTARGET, ACCOMPLISH, ENHANCE e (JUPITER).


JUPITER examined the role of rosuvastatin (20 mg/day) in the primary prevention of cardiovascular disease among patients with low levels of LDL-cholesterol and elevated high-sensitivity C-reactive protein.

The trial was stopped early as evidence clearly showed a reduction in cardiovascular morbidity and mortality in patients treated with rosuvastatin compared with placebo.

Full study details to be published once final analysis of data is complete.

STUDY OUTCOMES:

Over 5,000 patients without evidence of cardiovascular disease and low to normal LDL-C, but elevated C-reactive protein were enrolled in the trial. The trial was stopped early based on a recommendation from an independent Data and Safety Monitoring Board due to unequivocal evidence of a reduction in cardiovascular morbidity and mortality in patients treated with rosuvastatin compared with placebo.

ONTARGET enrolled 25,620 high risk subjects aged > 55 with either established vascular disease or DM and end-organ damage into a large international randomized trial of angiotensin modulating therapy. Subjects received either ramipril 10 mg, telmisartan 80 mg or the full dose combination daily. Over a mean follow up of 56 months, telmisartan was found to be statistically non-inferior, clinically equivalent and better tolerated than ramipril while the combination was no better than ramipril alone but with greater side-effects! The results were consistent for all major components of the primary end-point, including myocardial infarction, stroke, heart failure hospitalisation and cardiovascular death and across all pre-defined patient subgroups (age, gender, risk, BP, DM, Hx of CAD). Physicians now have a choice between an ACE inhibitor or an ARB in CVD prevention in the “HOPE-type” patient.

STUDY OUTCOME:

Telmisartan was found to be statistically non-inferior, clinically equivalent and better tolerated than ramipril while the combination was no better than ramipril alone but with greater side-effects.

ACCOMPLISH examined the role of amlodipine/benazapril (5 mg/40 mg), compared with hydrochlorothiazide (HCTZ)/benazapril (12.5 mg/40 mg) in reducing cardiovascular morbidity and mortality in high-risk patients with systolic hypertension.
The trial was stopped early with a finding of a 20% reduction in many of the primary endpoints with amlodipine/benazapril compared with HCTZ/benazapril

STUDY OUTCOME:

Trial was terminated early due to a finding of a 20% reduction in the primary endpoint of cardiovascular mortality, stroke, myocardial infarction (MI), coronary revascularization, unstable angina, and resuscitation from death in the amlodipine/benazapril arm compared with the HCTZ/benazapril arm (p = 0.002). Cardiovascular death, stroke, and MI was also reduced by 20% (p = 0.007). All other endpoints, including cardiovascular mortality, nonfatal MI, nonfatal stroke, and resuscitated sudden death were similar between the two groups.


quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Womens' Antioxidant Cardiovascular Study não encontrou reduções no risco de eventos cardiovasculares.

Embora dietas ricas em frutas e vegetáis são associadas com reduzido risco cardiovascular, estudos com suplementos de antioxidantes têm sido desapontadores. Nesse utilizou-se ácido ascórbico (vitamina C) 500mg/dia, vitamna E 600UI/dia e beta-caroteno 50mg em dias alternados. Participaram 8.171 mulheres com seguimento por 9 anos - amostra e tempo de follow-up expressivo.
Nenhum efeito significativo foi encontrado na prevenção de doenças cardiovasculares, em mulheres.

In Arch Intern Med 13/27 August 2007, 167:1610-1618. © 2007 American Medical Association. All rights reserved.
A Randomized Factorial Trial of Vitamins C and E and Beta Carotene in the Secondary Prevention of Cardiovascular Events in Women Results From the Women's Antioxidant Cardiovascular Study, Nancy R. Cook, Christine M. Albert, J. Michael Gaziano, Elaine Zaharris, Jean MacFadyen, Eleanor Danielson, Julie E. Buring, JoAnn E. Manson

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Associação de aspirina e medicamentos antiinflamatórios não esteróides e não aspirina com incidência de câncer e mortalidade

Bardia A, Ebbert JO, Cerhan JR et al. Association of Aspirin and Nonaspirin Nonsteroidal Anti-inflammatory Drugs With Cancer Incidence and Mortality. JNCI Journal of the National Cancer Institute. June 6, 2007 99(11):881-889.

Conhecimento prévio ao estudo: Os benefícios preventivos para câncer da aspirina e medicamentos antiinflamatórios não hormonais (AINH) não estão completamente definidos e podem variar de acordo com a história de tabagismo.

Estudo: Estudo prospectivo de coorte sobre o uso de aspirina e AINH, incidência de câncer e mortalidade global e por doença cardíaca coronariana entre mulheres residentes no estado de Iowa, as quais participaram do Iowa Women’s Health Study. História de tabagismo também foi incorporada na análise.

Conhecimento adquirido com o estudo: AINHs não aspirina não foram associados com qualquer resultado neste estudo. Entretanto, o uso de aspirina foi inversamente associado com incidência de câncer e doença relacionada com câncer ou doença cardíaca coronariana e mortalidade global. As associações foram discretamente mais fortes, mas não estatisticamente significativas, entre prévios ou nunca fumantes do que entre fumantes atuais.

Atenção para variações quanto a dose dos medicamentos empregados e também à restrição da população de mulheres brancas na pós-menopausa, o que pode não refletir o resultado para população em geral.

Os autores principais são membros dos Departments of Internal Medicine e Health Sciences Research, University of Minnesota, Minneapolis, MN, USA. Autor responsável: Jon O. Ebbert, MD - ebbert.jon@mayo.edu.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Rosiglitazona – (Avandia®) – FDA – 21 de Maio de 2007.

O FDA informou os profissionais da saúde sobre uma potencial questão de segurança relacionada ao Avandia® (rosiglitazona). Uma análise em andamento dos dados de segurança para o tratamento do diabetes mellitus tipo II usando Avandia® mostraram diferentes taxas de eventos cardiovasculares isquêmicos incluindo infarto ou outros eventos adversos relacionados ao coração, alguns fatais, relativo a outras drogas usadas no tratamento do diabetes mellitus. Os estudos clínicos revisados até o momento variam com respeito às suas populações, regimes de tratamento e extensão do seguimento. Baseados nesses dados, o risco de eventos cardiovasculares isquêmicos devidos ao Avandia® permanecem obscuros. Os médicos deveriam continuar a cuidadosamente tomar decisões individualizadas sobre o tratamento de pacientes com diabetes mellitus.

domingo, 13 de maio de 2007

iPods causa mau funcionamento de marca-passo

Thaker J, Jongnaransin K et al. iPods cause pacemaker malfunction. Heart Rhythm Society Annual Scientific Sessions. 9-12 May 2007; Denver, Colorado, USA.

Conhecimento prévio ao estudo: Estudos observacionais têm mostrado que uma série de novos dispositivos, incluindo telefones celulares, podem provocar mal funcionamento de marca-passos. Cresce no mundo todo o uso de tocadores de mp3, como o iPod da Apple, os quais poderiam inadvertidamente entrar em contato próximo com pacientes com marca-passos.

Estudo: Estudo de uma coorte de 83 pacientes com marca-passos de câmara única ou dupla que foram testados com iPods, aproximando os aparelhos em até 5 cm do tórax por 5 a 10 segundos.

Disfunção dos marca-passos, definida como eventos percebidos como associados com inibição atrial/ventricular, trocas de modos ou altas freqüências atrial/ventricular, ocorreu em 20% dos pacientes. Por outro lado, interferência de telemetria, definida como outra interferência não afetando o marca-passo, foi vista em 29% dos pacientes. Inibição do marca-passo, falha do marca-passo quando necessária sua participação, ocorreu em 1,2% dos pacientes. Em alguns casos a interferência foi detectada mesmo quando iPods foram mantidos tão longe quanto 41 cm do tórax.

Conhecimento adquirido com o estudo: Algum grau de interferência pode ser detectada em até 50% dos pacientes com marca-passos quando da aproximação de tocadores de mp3, incluindo iPods da Apple.

Comentário: Estudo de coorte com pacientes portadores de marca-passo, obviamente sem controles, de boa qualidade técnica. Boa aplicabilidade clínica.

Os autores principais são membros da University of Michigan in Ann Arbor, Michigan, USA.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Dose de aspirina para prevenção de doença cardiovascular. Uma revisão sistemática

Campbell CL, Smyth S, Steinhubl SR et al. Aspirin Dose for the Prevention of Cardiovascular Disease. A Systematic Review. JAMA. May 9, 2007;297(18):2018-2024.

Conhecimento prévio ao estudo: Milhões de indivíduos adultos no mundo todo usam regularmente a aspirina para prevenção de doença cardiovascular a longo prazo, frequentemente com doses que variam de 81mg/dia a 325mg/dia. Permanece uma controvérsia a cerca da dose diária a longo prazo mais apropriada.

Estudo: Revisão sistemática ampla da literatura até Fevereiro de 2007 através dos principais bancos de dados em língua inglesa, pesquisando ensaios clínicos e bibliografias de relatos pertinentes de dados originais e artigos de revisão.

Os dados farmacológicos demonstram que dosagens de longo prazo da aspirina tão baixas quanto 30mg/dia já são adequadas para plenamente inibiram a produção de tromboxane plaquetária, entretanto, verifica-se que doses tão altas quanto 1.300mg/dia são aprovadas para uso.

A evidência disponível, predominantemente de estudos observacionais de prevenção secundária, suporta que dosagens maiores do que 75 a 81mg não aumentam a eficácia, enquanto que doses maiores estão associadas com um aumento da incidência de eventos hemorrágicos, primariamente relacionados à toxicidade do trato intestinal.

Conhecimento adquirido com o estudo: Os dados disponíveis atualmente não suportam o uso rotineiro de longo prazo de dosagens da aspirina maiores do que 75 a 81mg para a prevenção de doença cardiovascular. Altas doses não têm efeito melhor na prevenção e são associadas a riscos aumentados de hemorragia gastrintestinal.

Comentário: Estudo de revisão sistemática bastante amplo, bem conduzido e de alta qualidade técnica, entretanto, os principais resultados se basearam em estudos observacionais e não em ensaios clínicos randomizados, controlados, os quais são escassos. O suporte à evidência é moderado, mas é reforçado pelos dados farmacológicos. Boa aplicabilidade clínica.

Os autores principais são membros do Gill Heart Institute, University of Kentucky, Lexington, USA.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Melhora global da função vascular e estado redox com baixa dose de ácido fólico.

Shirodaria C, Antoniades C, Channon KM et al. Global Improvement of Vascular Function and Redox State With Low-Dose Folic Acid. Implications for Folate Therapy in Patients With Coronary Artery Disease. Circulation. May 1, 2007;115(17):2262-2270.

Conhecimento prévio ao estudo: Embora a fortificação dietética com folato reduza a homocisteína plasmática e pode reduzir o risco cardiovascular, o tratamento com altas doses de ácido fólico não parece alterar a evolução clínica. O ácido fólico e seu principal metabólito circulante, 5-metiltetrahidrofolato, melhora a função vascular, mas os mecanismos relacionando a dose de folato e a função vascular permanecem pouco claros.

Estudo: Estudo prospectivo, longitudinal, randomizado, controlado, com 56 pacientes sem fortificação de folato que receberam baixa dose (40microg/dia) ou alta dose (5mg/dia) de ácido fólico ou placebo por 7 semanas antes de submeterem-se a bypass arterial coronariano. Foram realizados estudos de ressonância magnética antes e depois do tratamento em secções de veia safena e mamária interna.

Conhecimento adquirido com o estudo: Baixa dose de ácido fólico aumenta a resposta vasomotora dependente do endotélio mediada pelo óxido nítrico, reduz a produção de superóxido vascular e melhora o acoplamento enzimático da sintetase do óxido nítrico através da disponibilidade do cofator tetrahidrobiopterina. Nenhuma melhora adicional nesses parâmetros ocorreu com uma dose mais alta do ácido fólico comparado com o tratamento com dose baixa.

Comentário: Estudo clínico prospectivo, longitudinal, randomizado, controlado com grupos paralelos sob intervenção e contra placebo. Metodologia adequada. Excelente aplicabilidade clínica.

O tratamento com baixa dose de ácido fólico, comparável com a ingesta diária e a fortificação da dieta, melhora a função vascular através de efeitos sobre a sintetase do óxido nítrico e sobre o stress oxidativo vascular. Alta dose de ácido fólico não confere benefício adicional.

Os autores principais são membros do Department of Cardiovascular Medicine, John Radcliffe Hospital, University of Oxford, Oxford, United Kingdom. Autor responsável: Prof Keith M. Channon – keith.channon@cardiov.ox.ac.uk.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Estudo prospectivo dos ácidos graxos trans em eritrócitos e risco de doença cardíaca coronariana

Sun Q, Ma J, Campos H, Hu FB et al. A Prospective Study of Trans Fatty Acids in Erythrocytes and Risk of Coronary Heart Disease. Circulation. April 10, 2007;115(14):1858-1865.

Conhecimento prévio ao estudo: Alto consumo de gordura trans tem sido associado com o risco de doença cardíaca coronariana (DCC) e além dos aspectos históricos da dieta, tem se procurado marcadores biológicos indicadores da presença desse risco.

Estudo: Estudo prospectivo, longitudinal, multicêntrico, de um intervalo de seguimento de 6 anos do estudo de coorte Nurses Health’ Study, o qual segue em andamento, com 32.826 participantes. Amostras sanguíneas foram obtidas de todas as participantes entre 1989 e 1990 e procedeu-se a análise do conteúdo de ácidos graxos trans nos eritrócitos. No período estudado, ocorreram 166 casos incidentes de DCC, os quais foram comparados com 327 indivíduos controles devidamente pareados.

Conhecimento adquirido com o estudo: O conteúdo total de ácidos graxos trans nos eritrócitos foi significativamente correlacionado com a ingesta de gordura trans e foi associado com elevado colesterol de baixa densidade (LDL), reduzidas concentrações de colesterol de alta densidade (HDL) e aumentada razão da lipoproteína LDL para lipoproteína HDL. Ajustando os dados para variáveis como idade, condição de fumante e outros aspectos dietéticos, um maior conteúdo de ácidos graxos trans nos eritrócitos foi associado com um elevado risco de DCC.

Os dados desse marcador biológico fornecem evidência adicional de que o alto consumo de gordura trans é um fator de risco significativo para doença cardíaca coronariana.

Força de evidência: (A)* - Estudo clínico aninhado no grande estudo de coorte das enfermeiras Americanas, com uma amostra populacional expressiva e com um período de seguimento aceitável. Metodologia e tratamento estatístico adequados. A utilização do conteúdo de ácidos graxos trans nos eritrócitos como marcador da exposição a esses ácidos graxos no plasma é análogo à hemoglobina glicosilada em relação às glicemias históricas.

Excelente aplicabilidade clínica, entretanto, esse marcador e utilizado apenas na pesquisa clínica.

Os autores principais são membros dos Departments of Nutrition and Epidemiology, Harvard School of Public Health e do Channing Laboratory, Department of Medicine, Brigham and Women’s Hospital and Harvard Medical School, Boston, Mass. Autor responsável: Frank B. Hu, MD, PhD - frank.hu@channing.harvard.edu.

sábado, 7 de abril de 2007

Uso da aspirina por longo tempo e mortalidade em mulheres

Chan AT, Manson JE, Fuchs CS et al. Long-term Aspirin Use and Mortality in Women. Arch Intern Medicine. March 26, 2007;167(6):562-572.

Conhecimento prévio ao estudo: Apesar de bem consolidado o benefício da aspirina em baixa dose em homens, a influência do uso da aspirina por longo tempo sobre a mortalidade em mulheres permanece incerto.

Estudo: Estudo prospectivo, longitudinal, de caso controle, inserido no Nurses’ Health Study, do qual participaram 79.439 mulheres que não tinham história de doença cardiovascular ou câncer. Os dados clínicos e sobre medicações foram fornecidos a cada 2 anos desde 1980. Verificou-se o risco relativo (RR) de morte de acordo com o uso de aspirina antes do diagnóstico de doença cardiovascular ou câncer incidentes e durante o período correspondente para cada indivíduo controle.

Durante 24 anos, foram documentadas 9.477 mortes de todas as causas. Em mulheres que relataram o uso corrente de aspirina, o RR multivariado de morte de todas as causas foi 0,75 comparado com mulheres que nunca usaram aspirina regularmente. A redução de risco foi mais aparente para morte de doença cardiovascular (RR, 0,62) do que morte por câncer (RR, 0,88). O uso de aspirina por 1 a 5 anos foi associado com reduções significativas na mortalidade cardiovascular (RR, 0,75). Ao contrário, uma redução significativa no risco de morte por câncer não foi observado até depois de 10 anos do uso de aspirina (P= 0,005). O benefício associado com a aspirina foi confinado a baixas e moderadas doses e foi significativamente maior em participantes de mais idade (P= 0,02).

Conhecimento adquirido com o estudo: Em mulheres, doses baixas a moderadas de aspirina são associadas com significativamente menor risco de mortaçlidade de todas as causas, particularmente em mulheres com mais idade e naquelas com fatores de risco cardíacos. Um benefício significativo é evidente dentro de 5 anos para doença cardiovascular, enquanto que um modesto benefício para câncer não é aparente até depois de 10 anos do uso de aspirina.

Força de evidência: (A)* - Estudo clínico prospectivo, longitudinal, observacional, populacional, de caso controle, com uma amostra de alta significância, tanto nos casos quanto nos controles. Metodologia adequada e excelente tratamento estatístico. O controle por parte dos pesquisadores determinou uma baixa perda de seguimento, permitindo alta significância nos resultados. Excelente aplicabilidade clínica.

Os autores são membros da Gastrointestinal Unit, Massachusetts General Hospital and Harvard Medical School, da Division of Preventive Medicine e Channing Laboratory, Department of Medicine, Brigham and Women's Hospital and Harvard Medical School, do Department of Epidemiology, Harvard School of Public Health e do Department of Medical Oncology, Dana-Farber Cancer Institute, Boston, Mass.