Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A segurança e eficácia od Infliximab na doença pulmonar obstrutiva crônica de moderada a severa.

Rennard S, Fogarty C, Murray J et al from COPD Investigators. The Safety and Efficacy of Infliximab in Moderate to Severe Chronic Obstructive Pulmonary Disease. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. May 1, 2007; 175(9): 926-934.

Conhecimento prévio ao estudo: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma patologia pulmonar inflamatória, progressiva, relacionada ao fumo, na qual o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) está sobre expressado e tem sido sugerido que ele desempenha um importante papel na patogênese da doença. O infliximab, um anticorpo anti-TNF-alfa, poderia ter um benefício clínico, com aceitável segurança, em pacientes com DPOC de moderada a severa.

Estudo: Estudo prospectivo, longitudinal, multicêntrico, randomizado, duplo cego, placebo controlado, de grupos paralelos, com doses variáveis, conduzido em 234 indivíduos com DPOC de moderada a severa. Foram usadas doses de 3mg/Kg e 5mg/Kg de infliximab ou placebo por 24 semanas, com determinação dos resultados em 44 semanas.

Conhecimento adquirido com o estudo: Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica não se beneficiam com o tratamento com infliximab (tanto em parâmetros subjetivos quanto em testes objetivos). Embora não tenham significância estatística, mais casos de câncer e pneumonia foram observados nos indivíduos tratados com infliximab. O impacto dessa droga sobre o risco de malignidade em pacientes com DPOC necessita ser mais bem elucidado.

Força de evidência: (A)* - Metodologia de alta qualidade para ensaio clínico randomizado, duplo cego, controlado contra placebo. Tratamento estatístico adequado e controle de seguimento aceitável. Entre 20 a 27% dos indivíduos tratados com infliximab descontinuaram o estudo devido a eventos adversos comparado com 9% com o placebo. Excelente aplicabilidade clínica, mesmo considerando o resultado negativo do estudo.

Os autores principais são membros da University of Nebraska Medical Center, Omaha, Nebraska, do Spartanburg Pharmaceutical Research, Spartanburg, South Carolina e do Vanderbilt University Medical Center, Nashville, Tennessee. Autor responsável: Stephen I. Rennard, M.D. - srennard@unmc.edu.


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