Primum non nocere

Hipócrates, ao redor do ano 430 aC, propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente" - ou seja, primum non nocere - primeiro de tudo, não provoque nenhum dano.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Efeito da espironolactona sobre a pressão arterial em indivíduos com hipertensão resistente

Chapman N, Dobson J, Poulter NR et al from Anglo-Scandinavian Cardiac Outcomes Trial Investigators. Effect of Spironolactone on Blood Pressure in Subjects With Resistant Hypertension. Hypertension April, 2007;49(4):839-845.

Conhecimento prévio ao estudo: A espironolactona é recomendada como terapia de quarta linha para hipertensão essencial apesar de poucos dados suportarem essa indicação.

Objetivo do estudo: Avaliar o efeito da espironolactona como um agente anti-hipertensivo de quarta linha para pressão arterial não controlada.

Metodologia: Ensaio clínico prospectivo randomizado, controlado, com desenho fatorial 2X2, contra placebo (no braço de dislipidemia) e comparativo entre drogas anti-hipertensivas (no braço hipertensão), duplo-cego, denominado de Anglo-Scandinavian Cardiac Outcomes Trial (ASCOT), utilizando-se neste estudo o braço de redução da pressão arterial (hipertensão).

Participaram 1.411 indivíduos que receberam espironolactona principalmente como um agente anti-hipertensivo de quarta linha para pressão arterial não controlada e que tinham medições válidas da pressão arterial antes e durante o tratamento com a espironolactona.

Resumo dos resultados: Entre aqueles indivíduos que receberam espironolactona, a média de idade foi de 63 +/- 8 anos, 77% eram homens e 40% tinham diabetes. A espironolactona foi iniciada em uma média de 3,2 anos após a randomização e adicionada a uma média de 2,9 +/- 0,9 outras drogas anti-hipertensivas. A duração média do tratamento com a espironolactona foi de 1,3 anos (variação interquartil: 0,6 a 2,6 anos). A dose média da espironolactona foi de 25mg (variação interquartil: 25 a 50mg) em ambos o início e o fim do período de observação.

Durante o tratamento com a espironolactona a pressão arterial caiu de 156,9/85,3 mm Hg (DP: ±18,0/11,5 mm Hg) por 21,9/9,5 mm Hg (95% IC: 20,8 a 23,0/9,0 a 10,1 mm Hg; P<0,001).>

A espironolactona geralmente foi bem tolerada; cerca de 6% dos participantes descontinuaram a droga em função de efeitos adversos. Os mais freqüentes eventos adversos foram ginecomastia ou desconforto mamário e anormalidades bioquímicas (especialmente, hipercalemia), os quais foram registrados em 6% e 2% dos participantes, respectivamente.

Conhecimento adquirido com o estudo: A espironolactona efetivamente reduz a pressão arterial quando adicionada a pacientes com hipertensão não controlada por uma média de aproximadamente 3 outras drogas anti-hipertensivas. Os autores sugerem que esses dados suportam o uso da espironolactona em hipertensão não controlada.

Força de evidência: (B)* - Estudo clínico prospectivo, observacional, não randomizado, não controlado, aberto. Apesar de fazer parte do ASCOT, utilizou-se para o presente estudo a análise apenas do braço Hipertensão do ASCOT e foram avaliados exclusivamente aqueles pacientes que usaram espironolactona, sendo então acompanhados pelo grupo pesquisador do estudo de origem. A metodologia foi fraca, mas a análise dos dados e o tratamento estatístico foram de boa qualidade técnica. A perda de seguimento não foi significativa a ponto de comprometer os resultados. Excelente aplicabilidade clínica.

Os autores principais são membros do Imperial College, London, United Kingdom. Autor responsável: Neil Chapman – neil.chapman@st-marys.nhs.uk.

3 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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