Chapman N, Dobson J, Poulter NR et al from Anglo-Scandinavian Cardiac Outcomes Trial Investigators. Effect of Spironolactone on Blood Pressure in Subjects With Resistant Hypertension. Hypertension April, 2007;49(4):839-845.
Conhecimento prévio ao estudo: A espironolactona é recomendada como terapia de quarta linha para hipertensão essencial apesar de poucos dados suportarem essa indicação.
Objetivo do estudo: Avaliar o efeito da espironolactona como um agente anti-hipertensivo de quarta linha para pressão arterial não controlada.
Metodologia: Ensaio clínico prospectivo randomizado, controlado, com desenho fatorial 2X2, contra placebo (no braço de dislipidemia) e comparativo entre drogas anti-hipertensivas (no braço hipertensão), duplo-cego, denominado de Anglo-Scandinavian Cardiac Outcomes Trial (ASCOT), utilizando-se neste estudo o braço de redução da pressão arterial (hipertensão).
Participaram 1.411 indivíduos que receberam espironolactona principalmente como um agente anti-hipertensivo de quarta linha para pressão arterial não controlada e que tinham medições válidas da pressão arterial antes e durante o tratamento com a espironolactona.
Resumo dos resultados: Entre aqueles indivíduos que receberam espironolactona, a média de idade foi de 63 +/- 8 anos, 77% eram homens e 40% tinham diabetes. A espironolactona foi iniciada em uma média de 3,2 anos após a randomização e adicionada a uma média de 2,9 +/- 0,9 outras drogas anti-hipertensivas. A duração média do tratamento com a espironolactona foi de 1,3 anos (variação interquartil:
Durante o tratamento com a espironolactona a pressão arterial caiu de 156,9/85,3 mm Hg (DP: ±18,0/11,5 mm Hg) por 21,9/9,5 mm Hg (95% IC:
A espironolactona geralmente foi bem tolerada; cerca de 6% dos participantes descontinuaram a droga em função de efeitos adversos. Os mais freqüentes eventos adversos foram ginecomastia ou desconforto mamário e anormalidades bioquímicas (especialmente, hipercalemia), os quais foram registrados em 6% e 2% dos participantes, respectivamente.
Conhecimento adquirido com o estudo: A espironolactona efetivamente reduz a pressão arterial quando adicionada a pacientes com hipertensão não controlada por uma média de aproximadamente 3 outras drogas anti-hipertensivas. Os autores sugerem que esses dados suportam o uso da espironolactona em hipertensão não controlada.
Força de evidência: (B)* - Estudo clínico prospectivo, observacional, não randomizado, não controlado, aberto. Apesar de fazer parte do ASCOT, utilizou-se para o presente estudo a análise apenas do braço Hipertensão do ASCOT e foram avaliados exclusivamente aqueles pacientes que usaram espironolactona, sendo então acompanhados pelo grupo pesquisador do estudo de origem. A metodologia foi fraca, mas a análise dos dados e o tratamento estatístico foram de boa qualidade técnica. A perda de seguimento não foi significativa a ponto de comprometer os resultados. Excelente aplicabilidade clínica.
Os autores principais são membros do
3 comentários:
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